Permanecer com o Senhor e colocá-lo na base do nosso ministério
Esta edição do mês mariano nos convida à reflexão sobre a simplicidade, que pode se expressar de inúmeras e criativas maneiras, como dom e graça, como nos demonstra o sumário das seções aqui ao lado. A simplicidade do reconhecimento da fragilidade própria de nossa condição humana, natural e espiritual, a qual o próprio Jesus acolhe ao exaltar as crianças e ordenar que não sejam impedidas de ir a Ele, “pois delas é o Reino dos Céus” (Mc 10,14). A simplicidade objetiva de Maria, na sua indagação (“como acontecerá?”), na sua resposta (“Eis-me aqui”), na sua pressa em servir (“partiu apressadamente”), em seu silêncio (“guardava tudo em seu coração”). Por outra ótica, a simplicidade da graça para aceitar o mistério (tal como as crianças), como o fogo abrasador do Espírito Santo, que arde e não consome, multiplica os dons, purifica, destrói e renova ao mesmo tempo. A simplicidade para discernir entre ser criança e não cair no infantilismo que impeça de aceitar as realidades mutáveis de nosso tempo e lugar, como nos guia a reflexão sobre as Conferências Episcopais Latino-americanas. A simplicidade juvenil que afasta o medo e sabe ousar no serviço ao outro (no testemunho em Juventudes) e para se abraçar com Cristo Eucarístico, como Carlo Acutis, e viver a simplicidade da criatura “original”, e não como “fotocópia”, nos perfis criados pelas tecnologias (na seção Vocações em Rede). A simplicidade do encontro que anima toda vocação e que, em suma, consiste em “permanecer com o Senhor e colocá-lo na base do nosso ministério”, como diz o papa Francisco. Quando tudo parece muito complexo, eis que a simplicidade pode ser a resposta.
Boa leitura!